Seminário nacional: 60 anos da ditadura de 1964

O Instituto Caio Prado Jr ( ICP) e a Fundação Dinarco Reis ( FDR) realizarão, entre 1° e 4 de abril, um Seminário sobre os 60 anos do Golpe de 1964 e seus impactos e desdobramentos na vida política do país até nossos dias.

Será um importante evento que visa tratar sobre os diversos aspectos desse período sombrio da história brasileira e seus resultados na vida política e social do país, sobretudo seus efeitos nefastos e consequências para a classe trabalhadora e suas organizações políticas.

Esperamos resgatar, com esse Seminário, a importância e a atualidade desse debate, a partir do contexto conjuntural da época, atualizando nossa reflexão à luz desse rico processo histórico, suas causas e consequências até os dias atuais.

Mesa I ( 01/04) DITADURA: 60 ANOS DEPOIS

Mesa II (02/04) A POLÍTICA ECONÔMICA E AS LUTAS POPULARES

Mesa III ( 03/04) O PCB, A ESQUERDA ARMADA E A DITADURA

Mesa IV ( 04/04) A TRANSIÇÃO PARA A DEMOCRACIA FORMAL

Todas as mesas se iniciam às 19h30

Valor da inscrição: R$10,00

Link de inscrição:

https://www.even3.com.br/ii_sem_icp_fdr/

A esquerda e o golpe de 1964

Dênis de Moraes para A Terra é Redonda

Apresentação da nova edição do livro, recém-lançada

1.

Esta quinta edição, revista e ampliada, de A esquerda e o golpe de 1964, vem a público sessenta anos depois do golpe de Estado de 1º. de abril de 1964. Ela preserva, no essencial, os focos temáticos, os eixos de análise e o estilo narrativo do livro publicado originalmente em 1989, que mereceu generosa acolhida da crítica. Ao mesmo tempo, modifiquei capítulos e incluí outros; reelaborei várias passagens; e, principalmente, introduzi materiais inéditos e novos conteúdos, além de ter consultado fontes surgidas em décadas recentes.

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25 anos sem Horácio Macedo

Heitor César – membro do Comitê Central do PCB e diretor da Fundação Dinarco Reis

Em 24 de fevereiro de 2024 completam-se 25 anos da morte de Horácio Macedo, professor, pesquisador, cientista, militante político e ex reitor da maior universidade pública do país.

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A fundação do Partido Comunista do Brasil

Hermínio Linhares – Jornal Novos Rumos 13 a 19 de março de 1959, página 08. (vol. 003)

Transcrito por Guilherme Martins – Membro do Comitê Central do PCB e militante em GO

Em diversos países, o Partido Comunista se originou de cisões nos antigos partidos socialistas da II Internacional. No Brasil, nenhum dos partidos socialistas que existiram em 1892, 1895. 1902, 1911 e 1919 tiveram forças ponderáveis, nem contaram com líderes de grande influência, capazes de se impor às massas; não eram partidos ligados ao movimento operário e jamais foram dirigentes de movimentos de amplitude.

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A insistência no revolucionarismo sem cunho partidário

Ilustração: Friedrich Engels e Karl Marx no Congresso de Haia em 1872.

Camarada Janderson

https://funkeirocomunista.blogspot.com/2023/05/a-insistencia-no-revolucionarismo-sem_78.html

Na minha curta trajetória como militante, pude perceber que uma velha dúvida continua viva nos debates entre pessoas de esquerda, principalmente entre aquelas que se aproximaram das lutas sociais recentemente: é preciso necessariamente estar em um partido comunista para me considerar comunista e revolucionário(a)? Essa dúvida provoca uma outra cuja resposta é central para refletir sobre a primeira: nós precisaremos de um partido para organizar o processo revolucionário?

Há quem se coloque como marxista e responda negativamente às duas perguntas, acreditando que outros instrumentos de luta e organização terão um papel mais decisivo do que os partidos num processo revolucionário no Brasil. Acredito que sim, os partidos comunistas que existem hoje, cedo ou tarde, terão um papel central na luta de classes e, para melhor dirigir o processo revolucionário, é fundamental que os trabalhadores os procurem.

A questão do partido enquanto principal instrumento já foi debatida por respeitáveis revolucionários(as) no decorrer da história. É correto dizer que o debate sobre organização é um dilema universal da classe trabalhadora. É importante revisitar alguns clássicos, assim como atualizar essa discussão com base nos acontecimentos e situações contemporâneas.

Um dos motivos que me faz elaborar este escrito é o interesse em abrir o debate com os apartidaristas, com os não-leninistas e com outras correntes que subestimam a importância dos partidos comunistas; pois, quando eles se referem aos partidos, o fazem com desprezo, citam os partidos nominalmente e às vezes gozam de grande visibilidade na internet. Isso influencia no debate público. É necessário um contraponto.

Nas reflexões deste texto, busco demonstrar que defender a continuidade da luta revolucionária à margem dos partidos vai na contramão do posicionamento de Marx, Engels e alguns de seus seguidores mais destacados, sem deixar de considerar a contribuição e o papel organizador que as ações espontâneas cumprem no curso da luta de classes. Também analisarei alguns posicionamentos apartidaristas, seus limites e suas contradições. 

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Os Comunistas e as Eleições: A experiência do PCB e o Bloco Operário e Camponês

por Lucas Andretto

O debate sobre a participação da classe operária nas eleições

Na Europa, a classe operária iniciou seu processo de participação nas eleições e no Parlamento desde, ao menos, 1848, com a Primavera dos Povos, ocasião em que alguns nomes célebres do movimento operário tiveram a oportunidade de exercer cargos no legislativo, como por exemplo, Pierre Joseph Proudhon. Entre 1884 e 1896, este processo aumentou significativamente com a fundação dos partidos social-democratas e trabalhistas, que em geral, defendiam a participação eleitoral e parlamentar dos trabalhadores tanto para propagandear o socialismo quanto para conseguir medidas imediatas de bem-estar para a classe operária. Entretanto, o assunto sempre foi objeto de polêmica, dividindo posições dentro do movimento operário entre aqueles que viam no Parlamento um campo estratégico da luta política e aqueles que condenavam veementemente a participação no Parlamento burguês (PZEWORSKI, 1984, P. 44).

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