Gramsci: Filosofia da Práxis, Revolução e Comunismo
FUNDAÇÃO DINARCO REIS APRESENTA:
CURSO GRAMSCI: FILOSOFIA DA PRÁXIS, REVOLUÇÃO E COMUNISMO
6 aulas nos meses de agosto e setembro, sempre às terças-feiras, das 19h às 21h
O objetivo primeiro do curso é fazer uma apresentação geral das posições defendidas por Antonio Gramsci no interior do movimento operário e socialista em meio à crise orgânica dos anos 1910-1930, situando o contexto histórico da militância de Gramsci e suas principais formulações nos escritos pré-carcerários e notas dos Cadernos do Cárcere.
Um segundo objetivo é apresentar algumas leituras da obra de Gramsci nos debates marxistas brasileiros. O objetivo geral é, no fundo, estimular os estudos de aprofundamento sobre a realidade atual e fomentar a apropriação da práxis gramsciana nas lutas históricas da classe trabalhadora brasileira.
Além das referências aos principais acontecimentos da lutas de classes no período citado acima (com destaque para as lutas operárias e a ascensão do fascismo), o curso pretende introduzir algumas das categorias teóricas centrais no pensamento do dirigente do Partido Comunista Italiano (PCI), com incentivo à leitura e estudo das fontes originais das formulações gramscianas.
Teoria da curvatura da vara: origens e formulações
Resumo
Quando Saviani se refere a “teoria da curvatura da vara” de Lenin, ele cita Althusser, que por sua vez faz referência a essa teoria em algumas passagens em seus escritos. Nesses trechos, Althusser não cita o texto de onde tirou a teoria em Lenin, apenas conta que o revolucionário russo utilizou essa analogia como resposta aos críticos depois de ter publicado “O que fazer?”, em 1902. O presente trabalho traça o percurso dessa noção, que aparece primeiro na “Ética a Nicômacos” de Aristóteles como recurso figurativo, depois em Lenin, recuperado por Althusser, citado por Saviani. O trabalho consiste em quatro seções em que são apresentadas as formulações em torno da ideia de reposicionar aquilo que não está corretamente posicionado, culminando, por fim, na solução à pergunta “de onde vem a expressão ou teoria da curvatura da vara?”.
Da abertura às Diretas: movimento de massa e modernização conservadora no Brasil
RESUMO:
Na discussão teórica sobre a formação social brasileira, é frequente a referência ao caráter conservador de sua modernização. Uma qualificação que, por diferentes conceitos, caracteriza o processo como controlado pelo alto, através de um pacto entre grupos dominantes para garantir a exclusão do povo dos processos políticos. Este trabalho analisa o processo político da transição democrática e a emergência do movimento Diretas Já!, como oportunidade para interpretar as condições de emergência de um movimento de massa que pode desafiar a lógica dessa dinâmica histórica, refletindo sobre suas características e desdobramentos.
Confira o artigo completo:: https://drive.google.com/file/d/1qbNeZYgPqlh2udP0v692ALjsaH6n5y98/view?usp=drive_link
Publicado originalmente na Revista Germinal: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/59309/32753
Subdesenvolvimento e saúde, um olhar a partir da Teoria Marxista da Dependência
Paulo Henrique de Almeida Rodrigues1
Thauanne de Souza Gonçalves2
Nercilene Santos da Silva Monteiro3
Amanda de Lucas Xavier Martins4
1 Doutor em Saúde Coletiva, professor associado do Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ), líder do grupo de pesquisa Saúde, Sociedade, Estado e Mercado (Grupo SEM).
2 Doutoranda do Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ), integrante do Grupo SEM.
3 Doutora em Saúde Coletiva pelo IMS/UERJ, Vice diretora de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Casa de Oswaldo Cruz (Fiocruz), integrante do Grupo SEM.
4 Professora adjunta do Departamento de Enfermagem em Saúde Pública da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, integrante do Grupo SEM.
A inserção da América Latina no sistema capitalista industrial internacional, contudo, não trouxe para os países periféricos os resultados obtidos pelos países centrais, ficando claro que os padrões de produção e de consumo não eram facilmente reproduzíveis. […] É a partir dessa observação que surgiu o interesse em escrever este artigo, como parte dos esforços que procuram resgatar a TMD no âmbito da academia contemporânea, adotando esse referencial para debater a situação de dependência do Brasil no campo da saúde coletiva.
Leia maisBiografias confundem vida de Prestes com o PCB, diz estudo
Doutorado defendido na USP analisa quatro obras sobre o militar e ativista político
Assessoria de Comunicação do CEDEM, da Unesp
“No estudo defendido na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da USP, sob orientação da docente Ângela Meirelles de Oliveira, o autor compara as biografias O cavaleiro da esperança: vida de Luiz Carlos Prestes, do escritor Jorge Amado (1945); Heroísmo trágico do século XX: o destino de Luiz Carlos Prestes, do historiador Boris Koval (2007); Luiz Carlos Prestes: um revolucionário entre dois mundos, do historiador Daniel Aarão Reis (2014); e Luiz Carlos Prestes: um comunista brasileiro, da historiadora Anita Leocádia Prestes (2015).”
Leia maisJayme Miranda, um revolucionário brasileiro
Por Geraldo de Majella – historiador, escreveu Caderno da Militância – história vivida nos bastidores da política (Edufal, 2006), Execuções Sumárias e Grupos de Extermínios em Alagoas (1975-1998, Edufal, 2006), Rubens Colaço: Paixão e vida – A trajetória de um líder sindical (Edições Bagaço, 2010), O PCB em Alagoas: Documentos 1982-1990 (Cepal, 2011) e Mozart Damasceno, o bom burguês (Edições Bagaço, 2011).
Artigo sobre a vida de Jayme Miranda (1926-1975), militante comunista alagoano, preso, torturado e morto pela Ditadura Empresarial-Militar que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985.
“Os vínculos políticos e ideológicos com o PCB tiveram laços familiares evidentes, pois dois dos seus tios paternos, Ezequiel e Isaias Simplício de Miranda, e uma tia, Tabita Miranda, haviam se ligado ao partido na década de 1930. Ezequiel Miranda se filia à Aliança Nacional Libertadora (ANL), entidade legal e de massas.
Após a proibição de funcionamento da ANL, mantém a militância comunista e participa do processo de organização da Insurreição Comunista, movimento que ficou conhecido como Intentona Comunista de 1935. É preso em Maceió, processado pelo Tribunal de Segurança Nacional (TSN) e condenado a cinco anos de prisão, pena cumprida no presídio da Ilha de Fernando de Noronha.”
Catullo Branco: Um Pioneiro
Artigo de Zillah Murgel Branco
Catullo Branco recolheu dos vários exemplos históricos da sua época – o levante do Forte de Copacabana, a revolução libertadora do Rio Grande do Sul, a revolução de 1924 em São Paulo, a Coluna Prestes, a revolução constitucionalista de 1932 e o levante da Aliança Nacional Libertadora, ocorridos no bojo das manifestações internacionais que culminaram na Revolução Socialista — os elementos formadores da sua ideologia revolucionária. Paralelamente, consolidou sua formação profissional com aprofundados estudos da experiência norte-americana, tanto nos aspectos técnicos do aproveitamento dos recursos hídricos como nos conceitos de administração pública, tendo em vista a responsabilidade das instituições do Estado em relação à população e ao território.
Tornou-se um comunista capaz de apreciar as valiosas conquistas científicas e tecnológicas do sistema capitalista. Como cidadão brasileiro rejeitou sempre a presença de forças estrangeiras no sistema de poder nacional e desenvolveu uma luta sem tréguas contra as imposições do grupo empresarial Light & Power que atuava na área da energia elétrica, gás e transporte urbano. Militante comunista, denunciou permanentemente o papel do neocolonialismo e do imperialismo.
O Irracionalismo como ideologia do Capital e o caso brasileiro
Por Lucas Andreto – historiador e militante do PCB em São Paulo
Fala-se muito na anti-ciência e no “negacionismo”. As palavras entraram para o vocabulário comum na mídia burguesa, nas redes sociais, nas conversas do cotidiano. O conceito, no entanto, descreve um fenômeno, mas não o explica. A crítica comum de hoje vê no negacionismo e na anti-ciência uma característica de indivíduos e grupos extremistas, que simplesmente não aceitam a realidade. Tomado dessa forma, o negacionista científico aparece como um vilão, sua personalidade está determinada por intenções malignas, pelo fanatismo religioso, posição política extremista ou ainda pela insanidade. Assim, o fenômeno pouco é atribuído as contradições de nossa sociedade, mas sim a desvios de comportamento e de moral, ou então a transtornos de ordem psicológica.
Leia maisEl coraje del Pueblo: da memória coletiva à ação política no final dos anos 1960 e inicio dos anos 1970
Por Allan Brasil de Freitas
Introdução
É célebre a frase dos anos 1920, atribuída a Lenin por Lunatcharsky, de que “o cinema é a mais importante das artes”. Não faltaram, durante as décadas subsequentes, aqueles que fizeram eco a tal afirmação. O cinema, pensado em sua totalidade, apresenta possibilidades de interações sociais entre público e obra que dificilmente podem se dar em outras manifestações culturais e artísticas. A relação dialética entre os elementos que compõem o dispositivo cinematográfico, para além de sua dimensão estética, em sua dimensão política, e o público a quem o cinema se dirige, guarda em seu âmago potencialidades que poucas vezes foram tentadas a serem levadas a seus limites. Como já apontava Eisenstein:
“O cinema, sem dúvida, é a mais internacional das artes. Não apenas porque as plateias de todo o mundo veem filmes produzidos pelos mais diferentes países e pelos mais diferentes pontos de vista. Mas particularmente porque o filme, com suas ricas potencialidades técnicas e sua abundante invenção criativa, permite estabelecer um contato internacional com ideias contemporâneas. Porém, no primeiro meio século de sua história, o cinema só explorou uma parte insignificante de suas infinitas possibilidades. […] O cinema, a mais avançada das artes, deve estar em posição avançada nesta luta. Que ele indique aos povos o caminho da solidariedade e da unanimidade no qual devemos nos mover.” (EISENSTEIN, 2002, p.11, p. 12)
Essa característica internacionalista do cinema, como bem apontado por Eisenstein, guarda em si um elemento politicamente complexo: ao mesmo tempo em que é possível tomar conhecimento das ideias dos diferentes povos, também é possível, e, em se tratando do mundo sob a ordem capitalista em seu estágio imperialista, diríamos, provável, se não inevitável, que sejamos seduzidos por ideias alheias a nossos interesses, tanto em nível de interesses nacionais quanto a nossos interesses enquanto classe. Sem querer adentrar de maneira mais consequente nos processos de disputa ideológica e de hegemonia, o que nos seria impossível dado o espaço deste breve artigo, será preciso fazer alguns apontamentos a esse respeito mais a frente.
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