A Fundação Dinarco Reis oferece o Curso de Introdução a F. Engels, a ser ministrado durante o mês de janeiro/2025 por José Paulo Netto, em quatro sessões de trabalho (duração de 3 horas cada) às quartas, das 19:00 às 22:00, nos dias 08, 15, 22 e 29 de janeiro de 2025, na Plataforma Even3.
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Caio Prado Júnior: uma biografia política
Sofia Manzano – Professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e membra do Comitê Central do PCB
Caio Prado Jr. foi um intelectual com extensa obra publicada, tanto por ele próprio – com seus livros e artigos – como por pesquisadores de sua vida intelectual, com a publicação de suas cartas, diários políticos, teses e ensaios. Também suscitou debates que obrigaram outros autores a lhes confrontar as ideias, sugestões e teses.
Leia maisCinco teses sobre a formação social brasileira
(notas de estudo guiadas pelo pessimismo da razão e uma conclusão animada pelo otimismo da prática)
Mauro Luis Iasi – Doutor em sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), professor associado da UFRJ e membro do Comitê Central do PCB
O artigo se fundamenta nos estudos realizados junto ao PPGSS da ESS da UFRJ, através do Nepem (Núcleo de Estudos e Pesquisas Marxistas) e apresenta cinco teses sobre a formação social brasileira diante do encerramento do ciclo histórico aberto pela crise da autocracia burguesa no final da década de 1970. Trata da manutenção das determinações da chamada via prussiana e suas consequências para a forma do Estado burguês no Brasil, para a dinâmica da luta de classes, a luta por direitos e o papel do Serviço Social nessa nova etapa que se abre.
Leia maisMarx e Engels como estudiosos das relações internacionais no século XIX
Muniz Gonçalves Ferreira – Professor de História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), membro do Comitê Central do PCB e da diretoria da Fundação Dinarco Reis
Neste texto relatamos a produção intelectual de Karl Marx e Friedrich Engels dedicada aos temas da vida internacional por meio de sua correspondência jornalística. Discordamos daqueles que negam a existência de uma reflexão autônoma marxiano-engelsiana sobre a temática, que demonstram desconhecer, ou pelo menos desprezar, esta parte da obra dos dois autores alemães. É o caso claro de Kernig, Aron, Bobbio, Kubálková e Cruishank. Alinhamo-nos a autores como Salomon Bloom, Kostas Papaioannou e Miklós Molnár, que admitem e resgatam tal produção, debruçando-se sobre o volumoso acervo de artigos internacionais publicados pelos dois amigos nas páginas jornalísticas, sobretudo do periódico norte-americano New York Daily Tribune. Justamente nestas páginas Marx e Engels desempenham, ao longo de mais de uma década, a condição de analistas das relações internacionais.
Leia maisO profeta e Black Power: Trotsky sobre raça nos Estados Unidos
Christian Høgsbjerg – Professor da School of Humanities and Social Sciences, University of Brighton, Brighton, Reino Unido e autor de C.L.R. James in Imperial Britain.
Os críticos mais radicais de Leon Trotsky têm frequentemente feito a afirmação de que ele não entendeu a questão racial. Este artigo não pretende sugerir que Trotsky tenha dado qualquer tipo de “resposta revolucionária à questão do negro”, mas simplesmente tenta defendê-lo das acusações levantadas contra ele: oportunismo político e rude filisteísmo. Argumenta-se que, apesar das inevitáveis limitações e deficiências em alguns pontos, Trotsky demonstrou, de modo geral, uma simpatia instintiva e um desejo aguçado por uma compreensão mais profunda da luta de libertação negra no país, combinados com uma imaginação característica de um dos maiores revolucionários da tradição marxista clássica.
Leia maisA economia política do Brasil e seu mestre soberano
LEDA PAULANI
O historiador marxista Caio Prado Júnior faleceu neste dia em 1990. Sua obra nos ajuda a entender a articulação entre dependência externa e exploração interna e desvendar como a atual estrutura de classes brasileira herdou o passado colonial após a independência e a abolição – resultando de um lado uma minoria proprietária e de outro uma grande massa trabalhadora.
Leia maisUm jornalista combatente: Clóvis Moura, Flama e a política cultural do PCB (1951-1952)
Teresa MALATIAN. Professora Titular do Programa de Pós-graduação em História, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Estadual Paulista – UNESP, campus de Franca.
Clóvis Moura (1925-2003) tem sido estudado por suas obras mais conhecidas de História e Sociologia, algumas delas hoje com o estatuto de clássico, como Rebeliões da Senzala. No entanto, uma importante dimensão de sua atividade intelectual, a de jornalista, permanece obscura, apesar de relevante. Neste artigo, pretende-se abordar a revista Flama, por ele criada e dirigida na cidade de Araraquara (SP), no âmbito da política de Frente Cultural desenvolvida pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB). De duração efêmera (1951-1952), a publicação merece destaque tanto por seu conteúdo alinhado com o partido como pela relevante rede de sociabilidades intelectuais e políticas construídas pelo seu criador e diretor. Um terceiro aspecto refere-se à repressão policial que motivou, acessada por meio dos prontuários do DEOPS-São Paulo.
Leia maisUma crítica da ideologia do racismo
Rian Rodrigues – Doutorando no PPGSS-UFRJ. Professor de Educação Física do IFF. Coordenador do NEABI IFF Cambuci.
O racismo é para nós uma ideologia. O fato de a ideologia ter se tornado um dos conceitos mais polissêmicos que conhecemos, não impediu a consolidação de uma forte tradição teórica de tratar o racismo enquanto uma ideologia. A partir disso, iremos apresentar uma interpretação particular da ideologia, buscando o caminho traçado por Marx e Engels, para pensar sobre o racismo, o que chamaremos de ideologia do racismo. Se ideologia é expressão ideal de uma base material, o fundamento da ideologia do racismo só poderá ser encontrado em determinadas relações sociais de produção e reprodução da vida.
Leia maisO Jongo e a centralidade do trabalho
Jose Geraldo da Costa – Professor de História da Fundação Educacional de Volta Redonda. Coordenador do Coletivo Jongo di Volta.
Nesse artigo analisaremos a dança do Jongo, também conhecida como Caxambu, mediante reflexões de como o trabalho, enquanto atividade produtiva e transformadora, a partir das heranças culturais e religiosas africanas foi determinante na sua organização, que se constituiu em importante estratégia de resistência de negros e negras escravos no Vale do Paraíba. No pós-abolição muitos jongueiros e jongueiras migraram para municípios como o Rio de Janeiro. As suas práticas religiosas e culturais influenciaram seus cotidianos. A fim de desenvolvermos nossas reflexões teremos como referências análises de bibliografia especializada, letras de pontos ou canções de jongos preservadas nas comunidades jongueiras e depoimentos.
Leia maisRacismo e superexploração: apontamentos sobre a história do trabalho e da classe trabalhadora no Brasil
Cristiane Luiza Sabino de Souza – Professora da Universidade Federal de Santa Catarina. Membro do grupo de pesquisa do Instituto de Estudos Latino-americanos (IELA/UFSC).
O tema central deste ensaio é a relação entre racismo e superexploração da força de trabalho. A partir da perspectiva materialista-histórico-dialética, problematizo a história do trabalho e da classe trabalhadora no Brasil. Desenvolvo, ainda, mediações necessárias para a apreensão da complexidade do racismo nas relações sociais no capitalismo dependente latino-americano. Discuto a relação desse objeto com a produção de riquezas, a acumulação do capital e a luta de classes. Não obstante, reflito acerca do memoricídio, instituído pela ideologia da branquitude e a compreensão fragmentada da história do trabalho e da classe trabalhadora no país, que precisa ser recuperada na sua complexidade histórica.
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