Gramsci: Filosofia da Práxis, Revolução e Comunismo

FUNDAÇÃO DINARCO REIS APRESENTA:
CURSO GRAMSCI: FILOSOFIA DA PRÁXIS, REVOLUÇÃO E COMUNISMO

6 aulas nos meses de agosto e setembro, sempre às terças-feiras, das 19h às 21h

O objetivo primeiro do curso é fazer uma apresentação geral das posições defendidas por Antonio Gramsci no interior do movimento operário e socialista em meio à crise orgânica dos anos 1910-1930, situando o contexto histórico da militância de Gramsci e suas principais formulações nos escritos pré-carcerários e notas dos Cadernos do Cárcere.

Um segundo objetivo é apresentar algumas leituras da obra de Gramsci nos debates marxistas brasileiros. O objetivo geral é, no fundo, estimular os estudos de aprofundamento sobre a realidade atual e fomentar a apropriação da práxis gramsciana nas lutas históricas da classe trabalhadora brasileira.

Além das referências aos principais acontecimentos da lutas de classes no período citado acima (com destaque para as lutas operárias e a ascensão do fascismo), o curso pretende introduzir algumas das categorias teóricas centrais no pensamento do dirigente do Partido Comunista Italiano (PCI), com incentivo à leitura e estudo das fontes originais das formulações gramscianas.

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Racismo e superexploração: apontamentos sobre a história do trabalho e da classe trabalhadora no Brasil

Cristiane Luiza Sabino de Souza – Professora da Universidade Federal de Santa Catarina. Membro do grupo de pesquisa do Instituto de Estudos Latino-americanos (IELA/UFSC).

O tema central deste ensaio é a relação entre racismo e superexploração da força de trabalho. A partir da perspectiva materialista-histórico-dialética, problematizo a história do trabalho e da classe trabalhadora no Brasil. Desenvolvo, ainda, mediações necessárias para a apreensão da complexidade do racismo nas relações sociais no capitalismo dependente latino-americano. Discuto a relação desse objeto com a produção de riquezas, a acumulação do capital e a luta de classes. Não obstante, reflito acerca do memoricídio, instituído pela ideologia da branquitude e a compreensão fragmentada da história do trabalho e da classe trabalhadora no país, que precisa ser recuperada na sua complexidade histórica.

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Raça, classe e revolução no Partido Comunista Brasileiro (1922-1964)

Pedro C. Chadarevian – Professor nos Cursos de Graduação e Mestrado em Economia da Universidade Federal de São Carlos – Campus Sorocaba. 

O PCB, ativo participante no debate econômico brasileiro entre sua fundação em 1922 e 1964, tem uma contribuição pouco conhecida para a análise do problema racial. A partir de um levantamento junto a documentos, revistas e manifestações de economistas e intelectuais do partido, foi possível distinguir duas fases radicalmente opostas na abordagem comunista da questão. Em um primeiro momento, até meados dos anos 1930, o PCB nega a existência de um problema de desigualdade racial no país, posição que lhe custaria duras críticas por parte de Moscou. Em seguida, o partido esteve por vezes na vanguarda da crítica do racismo, apesar dos limites de seu quadro analítico para a leitura dos problemas econômicos do país de uma maneira geral.

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Feminismo, PCB e o debate sobre trabalho doméstico entre as décadas de 1940 e 1960: relações intragênero e as dimensões de raça/classe

Iracélli da Cruz Alves –

Doutora em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestra em História pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Graduada em Licenciatura Plena em História pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). E-mail: iracelli_alves@yahoo.com.br.

O artigo tem por objetivo analisar o debate sobre trabalho doméstico e direitos para trabalhadoras domésticas promovido por mulheres ligadas ao PCB entre as décadas de 1940 e 1960. Orientado por demandas colocadas pelas próprias trabalhadoras e por discussões que vinham sendo travadas internacionalmente, o movimento mobilizou problematizações que foram além do mundo do trabalho e do plano jurídico na medida em que desnaturalizou ideias enraizadas de que o trabalho doméstico e a gestão do cotidiano familiar eram “coisas de mulher”. Nesse sentido, pensou alternativas para “libertar” as mulheres do que chamou de “escravidão doméstica”.

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Louis Althusser e o marxismo: polêmicas e contribuições

Marcos Cassin – Professor da FFCLRP/USP

O filosofo francês Louis Althusser passa a ser reconhecido como pensador marxista a partir de 1965 com a publicação dos livros “Por Marx” e “Ler O Capital”, além destas duas primeiras publicações outras também vão manter o caráter polêmico do autor, entre elas “Freud e Lacan”(1965), “Lenin e a filosofia”(1968), “Aparelhos Ideológicos de Estado”(1970), “Resposta a John Lewis”(1972), “Elementos de autocrítica”(1973),
“Posições” e “Marx e Freud”(1976), em 1978 escreveu uma severa crítica ao Partido Comunista Francês, “O que não pode mais durar no PCF” . Também escreveu duas autobiografias, uma com o título ”Os Fatos”, de 1976, e a segunda “O futuro dura muito tempo”, de 1985, ambas publicadas depois de sua morte em 1990. A obra deste autor é marcada por várias polêmicas, entre elas a acusação de estruturalista e funcionalista. Com relação ao debate sobre o estruturalismo Althusser se posicionar a respeito dessa corrente de pensamento, afirmando que o estruturalismo não
era uma filosofia terminada, mas um “conjunto de temas difusos” que não conseguia ter uma unidade de pensamento sistemático.

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60 ANOS DO GOLPE BURGO-MILITAR DE 1964

Milton Pinheiro

Este artigo tem por objetivo examinar, a partir de uma investigação com base em pressupostos histórico-políticos, a cena daquela quadra histórica que começa no pós-segunda guerra mundial, avança com o golpe burgo-militar de 1964 e tem os primeiros passos de sua finalização com a transição pactuada que encerrou os governos do golpe. Como lógica de análise para desvelar esse longevo processo, será necessário localizar as forças políticas, as frações burguesas, as instituições do Estado capitalista e os aparatos ideológicos da direita que estiveram envolvidos. No entanto, também é importante investigar o contraponto ideo-político interposto pela esquerda, os comunistas e o bloco proletário e popular no enfrentamento aos golpistas. Contudo, a condensação das contradições envolvidas no processo possibilitou o surgimento de uma densa crise política. O desfecho dessa situação de crise foi o golpe articulado por frações burguesas e operado de forma particular pelos militares enquanto burocracia de Estado, que se utilizou deforma bonapartista da instituição forças armadas para defender os interesses das classes dominantes, alegando, a partir da ideologia da segurança nacional, o combate ao comunismo, para servir aos interesses burgueses consorciados com o imperialismo estadunidense.

Publicado originalmente na Revista Germinal: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/60166/32726

Leia o artigo completo em: https://drive.google.com/file/d/1lY_9li5tXcGpXdtnMnY1geeiEAVvrwFn/view?usp=sharing

Teoria da curvatura da vara: origens e formulações

Resumo
Quando Saviani se refere a “teoria da curvatura da vara” de Lenin, ele cita Althusser, que por sua vez faz referência a essa teoria em algumas passagens em seus escritos. Nesses trechos, Althusser não cita o texto de onde tirou a teoria em Lenin, apenas conta que o revolucionário russo utilizou essa analogia como resposta aos críticos depois de ter publicado “O que fazer?”, em 1902. O presente trabalho traça o percurso dessa noção, que aparece primeiro na “Ética a Nicômacos” de Aristóteles como recurso figurativo, depois em Lenin, recuperado por Althusser, citado por Saviani. O trabalho consiste em quatro seções em que são apresentadas as formulações em torno da ideia de reposicionar aquilo que não está corretamente posicionado, culminando, por fim, na solução à pergunta “de onde vem a expressão ou teoria da curvatura da vara?”.

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Da abertura às Diretas: movimento de massa e modernização conservadora no Brasil

RESUMO:

Na discussão teórica sobre a formação social brasileira, é frequente a referência ao caráter conservador de sua modernização. Uma qualificação que, por diferentes conceitos, caracteriza o processo como controlado pelo alto, através de um pacto entre grupos dominantes para garantir a exclusão do povo dos processos políticos. Este trabalho analisa o processo político da transição democrática e a emergência do movimento Diretas Já!, como oportunidade para interpretar as condições de emergência de um movimento de massa que pode desafiar a lógica dessa dinâmica histórica, refletindo sobre suas características e desdobramentos.

Confira o artigo completo:: https://drive.google.com/file/d/1qbNeZYgPqlh2udP0v692ALjsaH6n5y98/view?usp=drive_link

Publicado originalmente na Revista Germinal: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/59309/32753

Subdesenvolvimento e saúde, um olhar a partir da Teoria Marxista da Dependência

Paulo Henrique de Almeida Rodrigues1

Thauanne de Souza Gonçalves2

Nercilene Santos da Silva Monteiro3

Amanda de Lucas Xavier Martins4

1 Doutor em Saúde Coletiva, professor associado do Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ), líder do grupo de pesquisa Saúde, Sociedade, Estado e Mercado (Grupo SEM).

2 Doutoranda do Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ), integrante do Grupo SEM.

3 Doutora em Saúde Coletiva pelo IMS/UERJ, Vice diretora de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Casa de Oswaldo Cruz (Fiocruz), integrante do Grupo SEM.

4 Professora adjunta do Departamento de Enfermagem em Saúde Pública da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, integrante do Grupo SEM.

A inserção da América Latina no sistema capitalista industrial internacional, contudo, não trouxe para os países periféricos os resultados obtidos pelos países centrais, ficando claro que os padrões de produção e de consumo não eram facilmente reproduzíveis. […] É a partir dessa observação que surgiu o interesse em escrever este artigo, como parte dos esforços que procuram resgatar a TMD no âmbito da academia contemporânea, adotando esse referencial para debater a situação de dependência do Brasil no campo da saúde coletiva.

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Biografias confundem vida de Prestes com o PCB, diz estudo

Doutorado defendido na USP analisa quatro obras sobre o militar e ativista político

Assessoria de Comunicação do CEDEM, da Unesp

“No estudo defendido na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da USP, sob orientação da docente Ângela Meirelles de Oliveira, o autor compara as biografias O cavaleiro da esperança: vida de Luiz Carlos Prestes, do escritor Jorge Amado (1945); Heroísmo trágico do século XX: o destino de Luiz Carlos Prestes, do historiador Boris Koval (2007); Luiz Carlos Prestes: um revolucionário entre dois mundos, do historiador Daniel Aarão Reis (2014); e Luiz Carlos Prestes: um comunista brasileiro, da historiadora Anita Leocádia Prestes (2015).”

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