O historiador marxista Caio Prado Júnior faleceu neste dia em 1990. Sua obra nos ajuda a entender a articulação entre dependência externa e exploração interna e desvendar como a atual estrutura de classes brasileira herdou o passado colonial após a independência e a abolição – resultando de um lado uma minoria proprietária e de outro uma grande massa trabalhadora.
Teresa MALATIAN. Professora Titular do Programa de Pós-graduação em História, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Estadual Paulista – UNESP, campus de Franca.
Clóvis Moura (1925-2003) tem sido estudado por suas obras mais conhecidas de História e Sociologia, algumas delas hoje com o estatuto de clássico, como Rebeliões da Senzala. No entanto, uma importante dimensão de sua atividade intelectual, a de jornalista, permanece obscura, apesar de relevante. Neste artigo, pretende-se abordar a revista Flama, por ele criada e dirigida na cidade de Araraquara (SP), no âmbito da política de Frente Cultural desenvolvida pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB). De duração efêmera (1951-1952), a publicação merece destaque tanto por seu conteúdo alinhado com o partido como pela relevante rede de sociabilidades intelectuais e políticas construídas pelo seu criador e diretor. Um terceiro aspecto refere-se à repressão policial que motivou, acessada por meio dos prontuários do DEOPS-São Paulo.
A Fundação Dinarco Reis oferece o Curso de Introdução a F. Engels, a ser ministrado durante o mês de janeiro/2025 por José Paulo Netto, em quatro sessões de trabalho (duração de 3 horas cada) às quartas, das 19:00 às 22:00, nos dias 08, 15, 22 e 29 de janeiro de 2025, na Plataforma Even3.
Rian Rodrigues – Doutorando no PPGSS-UFRJ. Professor de Educação Física do IFF. Coordenador do NEABI IFF Cambuci.
O racismo é para nós uma ideologia. O fato de a ideologia ter se tornado um dos conceitos mais polissêmicos que conhecemos, não impediu a consolidação de uma forte tradição teórica de tratar o racismo enquanto uma ideologia. A partir disso, iremos apresentar uma interpretação particular da ideologia, buscando o caminho traçado por Marx e Engels, para pensar sobre o racismo, o que chamaremos de ideologia do racismo. Se ideologia é expressão ideal de uma base material, o fundamento da ideologia do racismo só poderá ser encontrado em determinadas relações sociais de produção e reprodução da vida.
Jose Geraldo da Costa – Professor de História da Fundação Educacional de Volta Redonda. Coordenador do Coletivo Jongo di Volta.
Nesse artigo analisaremos a dança do Jongo, também conhecida como Caxambu, mediante reflexões de como o trabalho, enquanto atividade produtiva e transformadora, a partir das heranças culturais e religiosas africanas foi determinante na sua organização, que se constituiu em importante estratégia de resistência de negros e negras escravos no Vale do Paraíba. No pós-abolição muitos jongueiros e jongueiras migraram para municípios como o Rio de Janeiro. As suas práticas religiosas e culturais influenciaram seus cotidianos. A fim de desenvolvermos nossas reflexões teremos como referências análises de bibliografia especializada, letras de pontos ou canções de jongos preservadas nas comunidades jongueiras e depoimentos.
O filosofo francês Louis Althusser passa a ser reconhecido como pensador marxista a partir de 1965 com a publicação dos livros “Por Marx” e “Ler O Capital”, além destas duas primeiras publicações outras também vão manter o caráter polêmico do autor, entre elas “Freud e Lacan”(1965), “Lenin e a filosofia”(1968), “Aparelhos Ideológicos de Estado”(1970), “Resposta a John Lewis”(1972), “Elementos de autocrítica”(1973), “Posições” e “Marx e Freud”(1976), em 1978 escreveu uma severa crítica ao Partido Comunista Francês, “O que não pode mais durar no PCF” . Também escreveu duas autobiografias, uma com o título ”Os Fatos”, de 1976, e a segunda “O futuro dura muito tempo”, de 1985, ambas publicadas depois de sua morte em 1990. A obra deste autor é marcada por várias polêmicas, entre elas a acusação de estruturalista e funcionalista. Com relação ao debate sobre o estruturalismo Althusser se posicionar a respeito dessa corrente de pensamento, afirmando que o estruturalismo não era uma filosofia terminada, mas um “conjunto de temas difusos” que não conseguia ter uma unidade de pensamento sistemático.
1 Doutor em Saúde Coletiva, professor associado do Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ), líder do grupo de pesquisa Saúde, Sociedade, Estado e Mercado (Grupo SEM).
2 Doutoranda do Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ), integrante do Grupo SEM.
3 Doutora em Saúde Coletiva pelo IMS/UERJ, Vice diretora de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Casa de Oswaldo Cruz (Fiocruz), integrante do Grupo SEM.
4 Professora adjunta do Departamento de Enfermagem em Saúde Pública da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, integrante do Grupo SEM.
A inserção da América Latina no sistema capitalista industrial internacional, contudo, não trouxe para os países periféricos os resultados obtidos pelos países centrais, ficando claro que os padrões de produção e de consumo não eram facilmente reproduzíveis. […] É a partir dessa observação que surgiu o interesse em escrever este artigo, como parte dos esforços que procuram resgatar a TMD no âmbito da academia contemporânea, adotando esse referencial para debater a situação de dependência do Brasil no campo da saúde coletiva.
FUNDAÇÃO DINARCO REIS APRESENTA: CURSO GRAMSCI: FILOSOFIA DA PRÁXIS, REVOLUÇÃO E COMUNISMO
6 aulas nos meses de agosto e setembro, sempre às terças-feiras, das 19h às 21h
O objetivo primeiro do curso é fazer uma apresentação geral das posições defendidas por Antonio Gramsci no interior do movimento operário e socialista em meio à crise orgânica dos anos 1910-1930, situando o contexto histórico da militância de Gramsci e suas principais formulações nos escritos pré-carcerários e notas dos Cadernos do Cárcere.
Um segundo objetivo é apresentar algumas leituras da obra de Gramsci nos debates marxistas brasileiros. O objetivo geral é, no fundo, estimular os estudos de aprofundamento sobre a realidade atual e fomentar a apropriação da práxis gramsciana nas lutas históricas da classe trabalhadora brasileira.
Além das referências aos principais acontecimentos da lutas de classes no período citado acima (com destaque para as lutas operárias e a ascensão do fascismo), o curso pretende introduzir algumas das categorias teóricas centrais no pensamento do dirigente do Partido Comunista Italiano (PCI), com incentivo à leitura e estudo das fontes originais das formulações gramscianas.