De Eduard Bernstein ao novo reformismo – Revisionismo

altMiguel Urbano Rodrigues

A história do movimento operário e do movimento comunista é riquíssima em ensinamentos. Tendo, como sempre teve, que procurar soluções novas para uma sociedade nova em quadros de extrema complexidade e perante uma relação de forças em regra muito desigual, seria talvez inevitável que fossem muitos os erros cometidos, muitas as opções que, em vez de reforçar o movimento, o enfraqueceram e conduziram a derrotas. E é com os erros que mais há a aprender. Evitar repeti-los é evitar repetir derrotas.

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Onde está o coveiro? Reflexões sobre o futuro do capitalismo

altRodrigo Gonsalves, texto apresentado no evento “Futuro e Hipótese Comunista” realizado pelo Círculo de Estudos da Ideia e da Ideologia na UFABC.

Ao final do primeiro capítulo do Manifesto, Marx e Engels são contundentes ao afirmarem que “a burguesia produz, sobretudo, seus próprios coveiros. Sua queda e a vitória do proletariado são igualmente inevitáveis”. Desde 1848, data de publicação da obra acima mencionada, o capitalismo já foi colocado em xeque em diversas ocasiões e saiu, se é que pode­-se utilizar este

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Gramsci contra o “marxismo cultural”

imagemPor Gabriel Landi Fazzio, imagem via AsymptoticWay

A prisão de Antonio Gramsci, em 8 de novembro de 1926, marca também o auge da repressão fascista, após o terceiro atentado contra Mussolini. O comunista foi sentenciado a cinco anos de confinamento e, no ano seguinte, a 20 anos de prisão em Turi. Em 1934, já bastante doente, foi libertado condicionalmente para tratar-se. Morreu em Roma, três anos depois, aos 46 anos. Em seu julgamento, o promotor teria afirmado que “é preciso impedir este cérebro de pensar por vinte anos”. Na verdade, só o que o fascismo pôde neste momento foi impedir Gramsci de participar ativamente da resistência. Então, por onze anos, Gramsci seguiu pensando, e escreveu os milhares de rascunhos que constituem seus chamados “Caderno do Cárcere”. Ao longo de todo esse tempo, vítima da tortura e da degradação da prisão, foi morrendo aos poucos – e finalmente foi impedido de desenvolver e defender suas ideias, falecendo de hemorragia cerebral.

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Socialismo ou barbárie: o espectro que nos ronda e a atualidade de Rosa Luxemburgo

Socialismo ou barbárie: o espectro que nos ronda e a atualidade de Rosa Luxemburgo

Fonte: Esquerda Diário

(Gilson Dantas) Qual a chave de Rosa Luxemburgo contra a barbárie do nosso tempo?

Rosa Luxemburgo viveu tempos onde a barbárie capitalista tomou a forma – dentre outras – do horror da I Guerra, com a maior máquina de guerra até então existente triturando 9 milhões de vidas e mutilando e ferindo outros 30 milhões em terras da civilização europeia, ali onde o capitalismo “dava o melhor de si” naquele momento, para fazer valer seus interesses imperialistas.

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Nos 100 Anos de “Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo”, discutir o imperialismo e sua crise continuam tarefas fundamentais dos comunistas

altNo centenário da publicação de “Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo”, o blog Cem Flores reproduz, a seguir, os prefácios e dois capítulos do livro como nossa forma de homenagear Lênin: discutindo a atualidade de seu pensamento e ação militante e sua importância para a luta comunista neste início de século XXI.

Muito embora Lênin tenha chamado seu livro de um “esboço popular”, e não obstante os mares de tinta que se escreveram a respeito do imperialismo nesse século, avaliamos que a análise de Lênin permanece insuperável. Temos plena consciência do que essa avaliação implica em termos da fragilidade teórica dos comunistas de avançarem e desenvolverem o legado de Marx, Engels e Lênin.

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LICÕES DA EXPERIÊNCIA CHILENA (1970-1973)

imagemArtigo produzido pelo professor de História Paulo César De Biase Di Blasio, da rede pública estadual de Nova Friburgo/RJ e militante da Unidade Classista, analisa processo histórico recente do Chile e a experiência do governo popular de Allende, partindo do pressuposto de que, no Chile, ocorreu um desenvolvimento econômico atípico em relação aos demais países latino-americanos, em grande parte exportadores de produtos agrícolas tropicais. Tal processo teria condicionado o desenvolvimento social e político, de estabilidade incomum. No século XX, a estrutura social chilena estava mais próxima das composições sociais dos países europeus desenvolvidos do que das de seus irmãos da América Latina. A estabilidade institucional, nos 40 anos anteriores à eleição de Allende, dava ao país e à democracia chilena ares de país de primeiro mundo, com partidos operários de forte base social e expressiva aceitação eleitoral. A conjunção desses fatores permitiu que o programa da Unidade Popular fosse elaborado e apresentado à população nas eleições de 1970. A apertada vitória da UP dava início a uma experiência inédita na história do movimento operário de todo o mundo: a tentativa de se chegar ao socialismo pela via pacífica, segundo um modelo democrático, pluralista e libertário. No entanto, a cruel realidade dos fatos demonstrou que a experiência chilena pela via pacífica não foi bem sucedida. O artigo busca encontrar as razões para este desfecho, tão caro aos revolucionários e progressistas de todo o mundo.

 

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Reflexão sobre histórias polémicas do PCUS, da Revolução de Outubro e da URSS

por Miguel Urbano.

Este artigo foi escrito para ser incluído num livro póstumo que estou a preparar. Alterei essa decisão porque a minha companheira me persuadiu de que a sua publicação imediata, nestes dias em que a Humanidade (incluindo Portugal) está atolada na crise estrutural do monstruoso sistema do capital condenado a desaparecer pode ser útil.

Li em 1961, na Guiné Conakri, a tradução francesa da História do Partido Comunista (bolchevique) da URSS, revista e aprovada em 1938 pelo Comité Central do PCUS. Em Portugal, por iniciativa do camarada Carlos Costa, a referida História foi publicada em 2010 [1] com o subtítulo Breve Curso e um prefácio, muito elogioso, de Leandro Martins, então chefe da redação do Avante!. A iniciativa gerou polemica no PCP.

OLHARES INCOMPATÍVEIS SOBRE A HISTÓRIA

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“A luta pelo direito à cidade: uma bandeira exógena ao marxismo?”, artigo de Raphael Martins de Martins

“A luta pelo direito à cidade: uma bandeira exógena ao marxismo?”, artigo de Raphael Martins de Martins (Mestre em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ), apresentado no VIII Colóquio Internacional Marx e Engels, no Grupo de Trabalho 05 – Relações de classe e lutas sociais no capitalismo contemporâneo.

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