A Teoria da Reprodução Social como um Modo de Pensar Dialético

Por Bárbara Araújo Machado – Doutora em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF); Professora do Instituto Fernando Rodrigues da Silveira, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CAp-UERJ); membro do grupode pesquisa Observatório da História da Classe Trabalhadora e do Grupo de Estudos sobre a Teoria da Reprodução Social (GE-TRS)

Este artigo tem como objetivoapresentar o caminho histórico que levou ao desenvolvimento da Teoria da Reprodução Social(TRS),propondo compreendê-lacomo um modo de pensar dialético. O argumento central do artigo é que a TRS tornou-se uma das abordagens mais profícuas produzidas no seio do marxismo por ter sido resultado de um movimento dialético constante de autocrítica, produzindo novas elaborações a partir da incorporação de críticas e da abertura ao contraditório, que toma comocentral para entender e transformar a realidade. O artigo propõe, ainda, que esse movimento dialético tem relação com o lugar social subalternizado dos sujeitos envolvidos no desenvolvimento dessa teoria.

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150 anos da Crítica ao Programa de Gotha

150 anos da Crítica ao Programa de Gotha

Por Michael Roberts em 6 de maio de 2025

A Crítica foi um documento baseado em uma carta escrita por Marx no início de maio de 1875 ao Partido Operário Social-Democrata da Alemanha (SDAP), com o qual Marx e Friedrich Engels mantinham estreita ligação. A carta recebeu o nome do Programa de Gotha , um manifesto proposto para um congresso do partido que aconteceria na cidade de Gotha . Nesse congresso, o SDAP planejava se fundir com a Associação Geral dos Trabalhadores Alemães (ADAV), que era adepta de Ferdinand Lassalle , para formar um partido unificado.

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DE MARX PARA LAURA E PAUL LAFARGUE EM PARIS [LONDRES, 5 DE MARÇO DE 1870]

Apresentação por Mario Soares Neto

Apresentação à carta de Marx para Laura e Paul Lafargue em Paris O trabalho que ora apresentamos ao público leitor em língua portuguesa é a tradução de “Marx to Laura and Paul Lafargue in Paris”, correspondência enviada de Londres, em 5 de março de 1870.

A carta do acervo pessoal de Karl Marx – até então inédita no Brasil – foi originalmente publicada no volume 32 da segunda edição russa das obras de Marx e Engels lançada em Moscou no ano de 19641. Em 1971, um pequeno trecho deste documento constou na obra Ireland and the Irish Question e posteriormente, em 1979, apareceu um extrato em The Letters of Karl Marx, com seleção, tradução, notas explanatórias e introdução de Saul K. Padover3. A primeira publicação integral em língua inglesa desta correspondência foi devida ao empreendimento da Marx & Engels Collected Works.

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A QUESTÃO IRLANDESA EM MARX E ENGELS¹

APRESENTAÇÃO

Apresentamos nesta edição da Revista Novos Rumos, em nossa já conhecida seção Clássicos/Documentos, três excertos importantes da obra de Marx e de Engels sobre a questão irlandesa naqueles idos dos anos 1840, em meio à exploração capitalista avançada da Inglaterra, e as características das lutas de classes no período. Os dois excertos de Marx, a saber, “A questão irlandesa e a Internacional” e “A questão irlandesa e o proletariado”, foram extraídos da carta enviada por Marx a Ludwig Kugelmann, em 29 de novembro de 1869.

O terceiro e último excerto foi extraído de capítulo onde Engels trata do tema em A situação da classe trabalhadora na Inglaterra, escrito entre setembro de 1844 e março de 1845, e já conhecido em tradução no Brasil, desde alguns anos. Os dois excertos de Marx são conhecidos em tradução de Portugal, mas seguem em edição brasileira pela primeira vez.

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Resoluções dos Congressos do PCB (1993 – 2021) – Parte 2

Publicamos na página da Fundação Dinarco Reis as resoluções dos congressos do PCB realizados após o processo de enfrentamento à tentativa golpista de liquidar o nosso Partido, em 1992. Segue abaixo um breve relato da segunda parte desta trajetória, que congrega o período da Reconstrução Revolucionária do PCB.

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