Milton Pinheiro
Este artigo tem por objetivo examinar, a partir de uma investigação com base em pressupostos histórico-políticos, a cena daquela quadra histórica que começa no pós-segunda guerra mundial, avança com o golpe burgo-militar de 1964 e tem os primeiros passos de sua finalização com a transição pactuada que encerrou os governos do golpe. Como lógica de análise para desvelar esse longevo processo, será necessário localizar as forças políticas, as frações burguesas, as instituições do Estado capitalista e os aparatos ideológicos da direita que estiveram envolvidos. No entanto, também é importante investigar o contraponto ideo-político interposto pela esquerda, os comunistas e o bloco proletário e popular no enfrentamento aos golpistas. Contudo, a condensação das contradições envolvidas no processo possibilitou o surgimento de uma densa crise política. O desfecho dessa situação de crise foi o golpe articulado por frações burguesas e operado de forma particular pelos militares enquanto burocracia de Estado, que se utilizou deforma bonapartista da instituição forças armadas para defender os interesses das classes dominantes, alegando, a partir da ideologia da segurança nacional, o combate ao comunismo, para servir aos interesses burgueses consorciados com o imperialismo estadunidense.
Publicado originalmente na Revista Germinal: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/60166/32726
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