“Segurança nacional” e anticomunismo – a ditadura militar e a repressão ao PCB – Muniz Ferreira

“Segurança nacional” e anticomunismo – a ditadura militar e a repressão ao PCB

Muniz Ferreira (historiador e membro do Comitê Central do PCB)

De acordo com o historiador britânico Eric J. Hobsbawm, o século XX se desenvolveu à sombra do embate econômico, político e ideológico que contrapôs as forças do capitalismo ocidental e o sistema soviético.

Ainda segundo aquele autor, tal contraposição balizou os próprios limites inicial e conclusivo do século e diferenciou sua extensão cronológica de sua delimitação propriamente histórica1. Versão

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“Operação gringo”: o PCB como inimigo nº 1 da ditadura militar por Milton Pinheiro

Milton Pinheiro[1]

Recentemente uma equipe do ministério público federal descobriu, na casa do tenente-coronel Paulo Malhães, documentos e relatórios de uma operação do Centro de Informações do Exército (CIE) para perseguir militantes políticos nas fronteiras do sul do Brasil.

Esse material, da “Operação gringo”, data de 31 de dezembro de 1979 e traz algo que reitera uma antiga prática dos governos militares: a destruição do PCB como “inimigo” a ser mais uma vez combatido diante da perspectiva da transição política da ditadura para a democracia tutelada e, ao mesmo tempo, a justificativa para manter os aparelhos de repressão.

A historiografia já confirmou, com farta documentação, que o PCB, mesmo não fazendo o enfrentamento armado à ditadura, foi sempre considerado um inimigo a ser massacrado. Logo no começo do regime militar, em 1964, de abril a novembro, foram presos, torturados e assassinados oito militantes do partido. Em 1965 foram assassinados dois militantes comunistas e em 1969, mais um. Já em 1971, os órgãos de repressão do regime consumaram a morte de três comunistas. Em 1972, foram mortos pela repressão dois militantes e logo no começo de 1973, mais um.

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CAMARADA NESTOR VERA, PRESENTE!

RELATÓRIO APRESENTADO PELA COMISSÃO DA VERDADE EM MINAS GERAIS SOBRE O DESAPARECIMENTO DO CAMARADA NESTOR VERA.

Pelo direito à Memória, à Verdade e à Justiça! Punição para os responsáveis por torturas, mortes e desaparecimentos durante a ditadura militar!

NESTOR VERA – Nestor Vera era de origem camponesa e nasceu no dia 19/07/1915, em Ribeirão Preto, São Paulo. Filho de Pilar Velasques e Manoel Vera, casou-se em 1938 com Maria Miguel Dias, com quem tinha cinco filhos. Foi secretário-geral da União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil (ULTAB) e tesoureiro da primeira diretoria da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura, entidade sindical fundada em dezembro de 1963 e que tinha como presidente Lindolpho Silva, também integrante do PCB.

Foi um dos organizadores do congresso camponês realizado em Belo Horizonte, em 1961, integrando nesse encontro a comissão sobre reforma agrária, ao lado de Francisco Julião, Armênio Guedes, Dinarco Reis e Alberto Passos Guimarães. Dessa comissão saiu o documento “Declaração do I Congresso Nacional dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas”, sobre o caráter da reforma agrária no Brasil. Trabalhou também como jornalista, sendo responsável pelo jornal Terra Livre, que o PCB lançou em 1949, cujo tema central era o movimento camponês.

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A Tribuna e o 21 de outubro de 1969

por Antonio Matos

Já vínhamos fazendo números experimentais há uns 10 dias, mas naquela tarde de 20 de outubro de 1969 o redator-chefe Quintino de Carvalho decidira, após uma conversa com o editor de notícias Sérgio Gomes e uma rápida reunião com o empresário e ex-banqueiro Elmano Castro, proprietário do jornal, que a “Tribuna da Bahia” começaria a circular no dia seguinte.

Nada de especial para o jornal sair às ruas naquela data, explicou. Era simplesmente o tempo necessário – com a publicação dos números zeros, para consumo interno – para que houvesse a maturação do produto. Assim como o ovo da galinha, que tem o tempo certo para ser chocado e virar pinto.

Acredito que a excepcional cobertura da “Gincana da Primavera”, promovida pela TV Aratu, do grupo da TB, e pela Rádio Excelsior e que movimentava toda a cidade, feita pelo jornal tenha sido de fundamental importância para aquela tomada de decisão.

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IFSC entrega relatório sobre professor Marcos Cardoso à Comissão da Verdade

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Publicado em Sexta, 18 Julho 2014 17:53

O Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) entregou nesta sexta-feira (18) à Comissão Estadual da Verdade Paulo Stuart Wright (CEV) os resultados da investigação sobre o suposto julgamento do professor Marcos Cardoso Filho nas dependências da antiga Escola Técnica Federal de Santa Catarina (ETFSC). Com o documento, o IFSC atende à solicitação encaminhada pela CEV em novembro de 2013 e elucida as circunstâncias em que ocorreu o suposto julgamento, além de iniciar um trabalho de resgate da memória do professor dentro da instituição.

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