O PCB entrava na década de 1980 com significativo prestígio junto aos setores democráticos e populares, em decorrência da heroica resistência de seus militantes durante o período mais violento da ditadura implantada em 1964 e por ter se dedicado à tática de construção de uma ampla frente antiditatorial, a qual havia conquistado, naquele exato momento, o retorno ao país de líderes da oposição ao regime, como Luiz Carlos Prestes, Gregório Bezerra, Leonel Brizola, Miguel Arraes, dentre outros, além da libertação de presos políticos no Brasil.
Mas a Lei de Anistia, na contramão de toda a campanha promovida pelos movimentos populares e democráticos, que desejavam uma “anistia ampla, geral e irrestrita” para os que haviam sido perseguidos pela ditadura, criou a figura da “anistia recíproca”, uma excrescência jurídica e política, pois os torturadores e carrascos do regime, sem terem sido julgados nem condenados a nada, estavam livres de qualquer possibilidade de punição a seus atos. A luta tinha de prosseguir.
Crise interna e saída de Prestes