O Trotsky de Padura, Danton e a Revolução por Miguel Urbano Rodrigues

O Trotsky de Padura, Danton e a Revolução

por Miguel Urbano Rodrigues

O mais recente livro do escritor cubano Leonardo Padura tem sido largamente promovido, com numerosas edições em castelhano, português e outras línguas. O jornal Público consagrou três páginas ao livro e ao autor. O livro tem valor literário. Mas o que obviamente justifica este entusiasmo é que o autor abomina – é a palavra – o socialismo e o comunismo. Embora não o afirme explicitamente nos seus livros, põe os seus personagens a falar por si.

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Causas econômicas do antipetismo da classe média

Causas econômicas do antipetismo da classe média

Golbery Lessa (membro do Comitê Central do PCB)

Jovens de Brasília assinam, durante manifestação em 15 de março, petição proposta pela TFP (Tradição, Família e Propriedade).

Se a esquerda deseja ter clareza sobre como agir diante da ampliação das manifestações organizadas por setores reacionários da classe média, precisa procurar uma explicação científica para o fato e não embarcar na versão apresentada pelo governo federal. É mais fértil procurar entender as bases econômicas, culturais e políticas do reacionarismo do que concebê-lo como um improvável desvio moral simultâneo de milhões de indivíduos. Seria desastroso fundamentar apenas na intuição o discurso e as ações contrários às dimensões ultradireitistas das manifestações corridas no último 15 de março. Para a esquerda, é mais importante tentar compreender os fatos do que promover uma competição para saber qual dos seus analistas ridiculariza melhor o bizarro discurso das passeatas verde-amarelas e cria o mais engenhoso anátema para estigmatizar os setores médios.

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Hegemonia Política no Brasil sob o Governo Rousseff, por Aldo Duran Gil e Gustavo Cintra.

Em artigo que analisa a construção da hegemonia durante os governos do PT, Aldo Duran Gil, Prof. de Sociologia e Ciência Política na Universidade Federal de Uberlândia-MG, militante comunista e  Gustavo dos Santos Cintra Lima  Secretário Político da Célula do PCB em Uberlândia-MG, afirmam que tais governos teriam concretizado, através da política de Estado, a hegemonia política de um grupo capitalista plurifracional: o grande capital bancário interno, sem deixar de considerar completamente outros interesses de fração como os da burguesia industrial exportadora e do agronegócio. Segundo Gustavo, os processos eleitorais, desde 2002, acabaram se tornando palco de intensas disputas envolvendo os interesses dessas frações da burguesia, as quais, de forma alguma, apontam para a ruptura com a ordem capitalista vigente, muito pelo contrário.

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TERRA, PODER E LUTAS SOCIAIS NO CAMPO BRASILEIRO: DO GOLPE À APOTEOSE DO AGRONEGÓCIO (1964-2014)

João Márcio Mendes Pereira

Paulo Alentejano

Resumo: O artigo analisa as lutas sociais e políticas que têm configurado as relações de poder no campo brasileiro e discute os principais contornos e termos da questão agrária no país ao longo das últimas cinco décadas. A ênfase recai sobre os processos organizativos, a dinâmica da correlação de forças na sociedade civil e as ações do Estado brasileiro para conservar ou transformar a estrutura agrária e a agricultura.

Palavras-chave: Questão agrária; Estado; Agronegócio; Movimentos Sociais; Reforma agrária.

Não há ameaça mais séria à democracia do que desconhecer os direitos do

povo; não há ameaça mais séria à democracia do que tentar estrangular a voz

do povo e de seus legítimos líderes, fazendo calar as suas mais sentidas

reivindicações. Estaríamos, sim, ameaçando o regime se nos mostrássemos

surdos aos reclamos da Nação, que de norte a sul, de leste a oeste, levanta o

seu grande clamor pelas reformas de estrutura, sobretudo pela reforma

agrária, que será como complemento da abolição do cativeiro para dezenas de

milhões de brasileiros que vegetam no interior, em revoltantes condições de

miséria.

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O papel do Coletivo Minervino de Oliveira por Muniz Ferreira

Muniz Ferreira, professor de História na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e membro do Comitê Central do PCB, publica artigo esclarecendo o papel do Coletivo Minervino de Oliveira, organização que tem como elemento definidor de sua identidade política a convicção de que a vitória definitiva sobre o racismo e a discriminação racial e a conquista de uma sociedade caracterizada por uma igualdade substancial nas chamadas relações raciais são impossíveis sob as condições do capitalismo e da ordem burguesa.

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O mal-estar do neodesenvolvimentismo

Giovanni Alves

O neodesenvolvimentismo é considerado por nós como sendo um novo modo de desenvolvimento capitalista no Brasil apoiado numa frente política composta, por um lado, pela grande burguesia interna constituída pelos grandes grupos industriais tais como as empreiteiras OAS, Odebrecht, Camargo Correia, etc, e os grupos industriais da Friboi, Brazil Foods, Vale, Gerdau, Votorantim, etc e o agronegócio exportador – todos beneficiados pelo aumento das exportações focado numa agressiva politica de financiamento através do BNDES, voltados para promover as empresas e os investimentos brasileiros no exterior; por outro lado, pelas camadas organizadas do proletariado brasileiro (velha classe operária) e setores populares – incluindo o subproletariado pobre, beneficiados pelo crescimento da economia, redução do desemprego aberto e formalização do mercado de trabalho, oferta de crédito para dinamizar o mercado interno; aumento do gasto público e políticas de transferência de renda via programas sociais (Bolsa-família, Minha Casa Minha Vida, Luz para Todos, etc).

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Entrevista com Leandro Konder para Victor Neves

No dia 03 de junho de 2013, Victor Neves, militante da Célula de Cultura do Partido Comunista Brasileiro e doutorando na Escola de Serviço Social da UFRJ, realizou entrevista com Leandro Konder para sua pesquisa sobre o pensamento de Carlos Nelson Coutinho. A entrevista, devido ao estado já frágil da saúde de Konder, contou com as presenças amigas de Cristina, sua companheira, e de Milton Temer, seu velho camarada. Foram abordados vários assuntos, desde a trajetória política comum de luta pelo socialismo e de resistência à ditadura, passando pelo trabalho de difusão do marxismo no Brasil, até o enfrentamento a temas polêmicos como o eurocomunismo e o conceito de democracia

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Os abutres financeiros querem a chave do cofre

Os abutres financeiros querem a chave do cofre

– Notas para um debate sobre a independência do Banco Central do Brasil

por EdmiIson Costa

A questão da independência do Banco Central (Bacen) ou sua submissão aos governos eleitos democraticamente é um tema recorrente no debate sobre a economia brasileira, especialmente nos momentos de aumento da inflação, quando se discute o problema do déficit público, por ocasião de qualquer crise econômica e, especialmente, nos momentos eleitorais. Um frenesi intenso toma conta dos chamados formadores de opinião e a mídia corporativa, quase toda alinhada com o capital financeiro nacional e internacional e com as teses neoliberais, se encarrega de multiplicar a catilinária ortodoxa e creditar todas as dificuldades da economia à falta de independência do Banco Central. Para as pessoas que não são versadas no conhecimento da economia, esse parece ser um assunto bizantino, distante de sua vida real, afinal o que o cidadão comum tem a ver com política monetária, taxa de juros, dívida interna, metas de inflação, superávit primário, emissão de moeda, controle da liquidez, câmbio e coisas do gênero?

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Algumas questões sobre a unidade do movimento comunista internacional

A Seção de Relações Internacionais do Comitê Central do KKE, Partido Comunista da Grécia, divulga importante texto de análise sobre a situação em que se encontra atualmente o movimento comunista internacional e os problemas relativos à sua unidade, expondo críticas severas ao oportunismo e ao reformismo que norteiam a atuação de alguns partidos ditos comunistas no mundo.

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As mobilizações de junho de 2013 e os desafios na construção do poder popular

Ativista do MST, coordenador do Núcleo de Estudos Latino-Americanos (NELAM) e professor do Curso de Relações Internacionais do Centro Universitário Fundação Santo André, Marcelo Buzetto contribui para a Seção Temas em Debate de nossa página com artigo que busca estimular a reflexão sobre o novo ciclo de lutas inaugurado pelas grandes manifestações de junho de 2013. Sua análise pretende debater o potencial daquelas mobilizações, as lições deixadas por elas e sua contribuição para a luta anticapitalista no Brasil. Este artigo foi originalmente publicado, em maio deste ano, na Revista Lutas Sociais nº 31, do Núcleo de Estudos de Ideologias e Lutas Sociais (NEILS) – PUC/SP.

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