Trombas e Formoso: o triunfo camponês

Trombas e Formoso: o triunfo camponês

Valter Waladares, participante da guerrilha

 

Entrevista concedida a Ana Lúcia Nunes de Sousa, jornalista e professora da Universidade Federal de Goiás

Em meados da década de 50, o meio-norte do estado de Goiás — hoje extremo norte, devido à divisão do estado — foi o palco de uma das mais importantes lutas camponesas do país, episódio conhecido como A guerrilha de Trombas e Formoso. Leia mais

Entrevista de Leandro Konder ao Blog Algo a Dizer (2007)

Entrevista de Leandro Konder ao Blog Algo a Dizer (2007)

Por Camila Austregésilo, Kadu Machado, Marcelo Barbosa, Paula Pires

“Os liberais são os gigolôs da moderação”

Autor de 24 livros, pensador influenciado pelas obras de Marx, Lukács, Benjamin e Gramsci, o carioca Leandro Konder, 71 anos, considera a literatura e a filosofia experiências fundamentais e definidoras do ser humano.

Em seu último livro “Sobre o amor” (Ed. Boitempo), lançado em 2007, discorre, através de 23 ensaios, sobre as concepções do amor em Sócrates, Camões, Goethe, Freud, Dostoievski, Balzac, Cervantes, Shakespeare, Drummond, Hegel – entre outros.

Nesta entrevista, o autor de “A derrota da dialética” mostra que continua a ser um lúcido, influente e sobretudo bem humorado combatente da causa do socialismo.

ALGO A DIZER – Militância intelectual e política, no seu caso, se confundem. Como se deu o início dessas suas trajetórias política e intelectual?

LEANDRO KONDER – Meu pai era um velho comunista. Via os amigos dele. Circulavam na casa. Diziam coisas engraçadas. Simpatizava, em princípio com eles, mas os achava meio maluquetes.

Depois do 20º Congresso [do Partido Comunista da União Soviética, quando se deu a denúncia, por Kruschev, dos crimes de Stalin – N.E.], meu pai estava tentando segurar as pontas. Um amigo dele foi lá em casa e pegou um resto de discussão entre mim e meu pai. Aí disse: “Valério, Valério, o Leandro tem razão. Porque, Valério, mandar é melhor do que foder.” Achei o cara extraordinário. Alguém lúcido no meio daquela loucura geral.

Com 15 anos entrei no Partido Comunista Brasileiro (PCB) e fiquei por mais de trinta anos. Entrei no Partidão, como era chamado, depois de 45 – em 50, já estava fazendo campanha pro papai quando ele se candidatou ao senado. Fiquei até a década de 80. Em 81, a gente [os anistiados do golpe de 64 – N.E.] voltou do exterior com a idéia de que o partido iria seguir o caminho que considerávamos correto. Basicamente, o caminho italiano, simplificando. E o partido não seguiu. Ficamos isolados. Aí seguimos caminhos variados.

Eu, primeiro, fui para o PMDB.

Aqui um parêntesis: minha trajetória política é horrorosa. Eu não posso liderar porra nenhuma, porque vai aparecer alguém com boa memória e pode dizer: “Você não é aquele que convocava para o PMDB?”.

Depois que eu saí, disse uma maldade numa entrevista que dei a uma revista e que deixou um amigo – não vou dizer quem – puto comigo. Eu disse: “Entrei para o PMDB, virei PMDBista. Em seguida, já havia notado como havia me tornado um PMDBesta. Mas antes de virar um PMDBosta, dei um PMDbasta.”.

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O Golpe civil-militar de 64 e a repressão aos camponeses

No ano do cinquentenário do Golpe de 1964, que deu início à Ditadura Empresarial Militar no Brasil, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) realizou um conjunto de cinco entrevistas com a Profª Dra. Leonilde Sérvolo de Medeiros, do Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), que destaca as lutas camponesas no Brasil, a relação aprofundada com o PCB nos anos 1940 a 1960 e a resistência ao regime ditatorial, responsável pela morte de 1.196 camponeses, quando o Estado só reconhece 29. As lutas pela terra dinamizadas na década de 1960 e fortemente reprimidas pela ditadura muito contribuíram para a formação dos movimentos contemporâneos em defesa dos direitos dos trabalhadores sem terra e contra a expansão capitalista no campo.

Video 1: https://www.youtube.com/watch?v=X1CMdznLCWk

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A imprensa do partido não apenas é o instrumento para agitar a classe, mas é em si mesmo o organizador coletivo

Partido Comunista do México

Entrevista com a camarada Jazmín Padilla, Diretora do El Comunista e integrante do Birô Político do Comitê Central do PCM

“O jornal avançou junto e na mesma medida que o partido. Considero que este momento expressa fielmente o seu avanço: a virada trabalhadora e o desenvolvimento das organizações de massas e de juventude se veem claramente representadas. Além disso, passamos a dar conta de lutas que acompanhávamos de fora, transformando-as em lutas das quais o partido participa e dirige. É um bom sinal o fato de que as páginas sejam insuficientes, que a tiragem tenha que, pelo menos, duplicar, que agora se planeje aumentar sua periodicidade para estar à altura da luta de classes em nosso país, que cada vez nos cheguem mais pedidos de exemplares. É importante ressaltar que o periódico é uma tarefa coletiva, que envolve cada um de seus militantes, seja diretamente na elaboração, na distribuição no local de trabalho ou na captação de recursos”.

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Entrevista de Orlando Borrego, companheiro de Che, concedida a Néstor Kohan

Entrevista de Orlando Borrego, companheiro de Che, concedida a Néstor Kohan

BRANCALEONE FILMS e CÁTEDRA CHE GUEVARA

VÍDEO: Marx, O CAPITAL e o Che Guevara (Entrevista concedida por Orlando Borrego, companheiro de Che, realizada por Néstor Kohan).

RESUMO: Como Che pensava a transição para o socialismo? Quais foram seus estudos marxistas? O que Che pensava da autogestão financeira? O que é o Sistema Orçamentário de Financiamento (SPF em espanhol)? O que Che pensava sobre Keynes? Mercado, autogestão e planificação na transição socialista. Ética comunista e nova subjetividade. A batalha pela cultura e pela consciência. A luta contra o imperialismo e o capitalismo, a exploração e a alienação. Recomendamos ler em http://amauta.lahaine.org/?p=2033 e outros endereços da web a entrevista (escrita) de Orlando Borrego intitulada “Che Guevara leitor d’ O CAPITAL”. A presente entrevista filmada também se encontra em VIMEO.

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Angela Davis foi entrevistada no programa Espaço Público, da TV Brasil

Angela Davis,histórica militante comunista e defensora dos direitos das mulheres e dos negros nos Estados Unidos, foi entrevistada no programa Espaço Público, da TV Brasil. Em duas partes, a entrevista aborda a vida e as opiniões políticas da ativista norte americana, professora e filósofa norte-americana, que foi candidata a presidente pelo Partido Comunista Americano (PCA), integrou o grupo Panteras Negras e já esteve na lista dos dez fugitivos mais procurados dos Estados Unidos. Na pauta do programa, entre outros assuntos, estão o período em que Angela foi presa pelo FBI, na época em que esteve na lista dos 10 fugitivos mais procurados dos EUA, e também a questão de raça.

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40 anos sem Vianinha, intelectual comunista e dramaturgo da condição humana

Às vésperas de se completarem 40 anos da morte do dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho (1936-1974) –  um dos mais importantes intelectuais do país e militante histórico do Partido Comunista Brasileiro -, publicamos a seguir entrevista com Dênis de Moraes, professor da Universidade Federal Fluminense e autor do livro Vianinha, cúmplice da paixão: uma biografia de Oduvaldo Vianna Filho (Record, 2000), na qual analisa a sua rica trajetória como homem de cultura e ativista político.

Vianinha ingressou no PCB aos 9 anos de idade, em 1945, pelas mãos do pai, o também, dramaturgo comunista Oduvaldo Vianna. Permaneceu fiel ao Partido até a sua morte, aos 38 anos, em 16 de julho de 1974, tendo sido destacado integrante do Comitê Cultural desde os anos 1960. Foi um dos líderes do Teatro de Arena de São Paulo, do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes e do Grupo Opinião (movimento teatral de resistência à ditadura militar pós-1964). Nenhum outro autor teatral brasileiro recebeu tantos prêmios por suas peças, a maioria das quais proibida pela ditadura, entre elas a obra-prima Rasga coração, que é dedicada por ele “à velha guarda comunista”, como preito de gratidão pelas lições de coragem e combatividade em defesa da democracia e do socialismo.

Nos anos 1970, Vianinha contribuiu decisivamente para a renovação da teledramaturgia, com adaptações de clássicos teatrais para a televisão e o extraordinário seriado A grande família, exibido pela TV Globo e escrito em parceria com outros dois dramaturgos e militantes do PCB, Paulo Pontes e Armando Costa. Com rara habilidade para driblar as censuras policial e empresarial, essa comédia de costumes, protagonizada por uma família de classe média remediada, expunha as dificuldades enfrentadas pelo população durante os anos de chumbo. Vianinha conseguiu atrair audiência de massa com um seriado que sutilmente criticava a política econômica antissocial vigente, bem como a mentalidade reacionária e repressiva do regime militar.

Atuando em praticamente todos os meios de expressão do seu tempo, Vianinha foi um lutador social incansável, com clareza suficiente para perceber o papel dos intelectuais engajados na batalhas das ideias pela construção de outra hegemonia política e cultural.

Por Maura Voltarelli

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Entrevista com Karl Marx publicada no jornal The World em julho de 1871

Entrevista conduzida por R. Landor, publicada originalmente no jornal The World, de 18 de julho de 1871 .

Karl Marx (1818-1883) iniciou sua carreira como editor de um jornal da cidade de Colônia, na Alemanha, em 1840. Quando a publicação foi fechada pelo governo por razões políticas, Marx transferiu-se para Paris. Ali, seu destino como jornalista não foi muito diferente – o diário em que ele trabalhava também foi cassado. O filósofo e cientista político mudou-se então para Londres, onde escreveria sua grande obra, O Capital, editada pela pri­meira vez em 1867. O correspondente do jornal The World em Londres, R. Landor, realizou a entrevista em um momento crucial da história européia – apenas dois meses depois de sua publicação, a Comuna de Paris, na qual Marx esteve envolvido seria violenta e sanguinariamente reprimida. A conversa entre Marx e Landor, segundo relatos da época, teve uma testemunha privilegiada: Friedrich Engels, o co-autor do Manifesto Comunista, texto divisor de águas na história dos movimentos sociais.

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