Dinarco Reis Filho homenageado em Niterói

Dinarco Reis Filho, presidente da Fundação Dinarco Reis, foi homenageado na Câmara de Niterói, assim como o jurista José Luiz Pinaud e alguns professores e advogados que fazem no exercício profissional uma tribuna para as denúncias do arbítrio e das atrocidades cometidas pelo regime militar que dominou esse país por vinte anos, a partir de 1964.

O Ato de 31 de março, “50 ANOS DO GOLPE MILITAR; LEMBRAR PARA NUNCA ESQUECER”,uma iniciativa do vereador Renatinho (PSOL) que presidiu a mesa, maldizendo a ditadura civil militar que assolou o país lembrou que existe um projeto de lei para alterar o nome dos logradouros públicos que prestigiem torturadores. Uma consulta popular deve ser feita para atribuir o novo nome.

Dinarco fez um depoimento sobre seu trabalho na clandestinidade quando, perseguido e cassado, passou a fazer desmanche de aparelhos e segurança para importantes líderes perseguidos. A audiência acompanhou interessada o seu relato sobre o VI Congresso, ocorrido na mais absoluta clandestinidade, no ano de 1967. A estratégia de segurança foi tão perfeita que, mesmo um grave acidente ocorrido com um membro do Comitê Central, não denunciou para a repressão a realização do Congresso que, somente na atualidade, ficamos sabendo ter sido realizado às margens da represa Billings, em São Paulo. Emocionado, relembrou que foi extremamente chocante saber que treze membros da direção do partido foram chacinados, muitos dos quais ele teve familiar convivência quando moravam juntos em aparelhos. No dia 25 de março o PCB completou 92 anos demonstrando que nem mesmo a violência e a clandestinidade conseguiram destruí-lo. O PCB hoje está inserido em todas as lutas populares, nos movimentos dos trabalhadores das cidades e do campo e nas reivindicações do movimento estudantil. Ressaltou a coerência política do partido que, desde a Conferência da Mantiqueira em 1943, já levantava a palavra de ordem pelo poder popular. “Por isso fomos, somos e seremos comunistas!”, terminou enfaticamente o seu discurso.

A militância do PCB se fez presente afixando quatro painéis com fotos do período em questão nos portões da Câmara e que foi muito admirado pelo público presente.