Acabou de ser publicado, em versão digital, o livro Mataram Alfonsas Marma. Imigração, Comunismo e Repressão, do escritor Erick Zen. A obra retrata a vida deste que foi um dos três militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) assassinados em 1949 pela polícia de São Paulo na cidade de Tupã.
Lituano, Alfonsas Marma era escritor e gráfico na imprensa comunista lituana no Brasil, e foi expulso do país por sua atividade política em 1930. Se estabeleceu no Uruguai no mesmo ano e, em Montevidéu, contribuiu para a fundação de importantes jornais lituanos comunistas. Na metade da década de 1930, Marma voltou ao Brasil e se tornou o responsável pela produção e publicação dos principais jornais comunistas e de esquerda no país. Suas armas de luta política sempre foram as ideias e a imprensa. Por essa razão, foi novamente preso e ao ser posto em liberdade foi, pouco tempo depois, assassinado.Amigos e camaradas de Partido Comunista no Brasil e no Uruguai voltaram à Lituânia Soviética na década de 1950 e lá, a história de Marma, passou a ser lembrada em livros de memória, em homenagens pública e em artigos de jornais, principalmente nas datas de seu aniversário de nascimento e morte. Com o fim da URSS, ele foi posto no esquecimento na sua terra natal. No Brasil, a História pouco nos diz sobre os crimes políticos cometidos no chamado período democrático e, aqui, ele é pouco lembrado. Mataram Alfonsas Marma é uma biografia que busca reconstituir, a partir de pesquisas realizadas no Brasil, Uruguai e na Lituânia, a trajetória deste imigrante.