Publicamos na página da Fundação Dinarco Reis as resoluções dos congressos do PCB realizados após o processo de enfrentamento à tentativa golpista de liquidar o nosso Partido, em 1992. Segue abaixo um breve relato da segunda parte desta trajetória, que congrega o período da Reconstrução Revolucionária do PCB.
No mês de abril de 2000, em Xerém (Rio), realizou-se o XII Congresso. Além de aprofundar a leitura sobre a conjuntura política nacional e internacional e formular sua atuação política, os e as comunistas do PCB avançaram em outras questões que se colocavam para a classe trabalhadora no enfrentamento à exploração capitalista. A construção de uma frente das esquerdas em um projeto de confronto ao neoliberalismo e a unidade dos comunistas no Brasil foram importantes resoluções aprovadas pelo Congresso. A consolidação da política de organização leninista foi concretizada na aprovação do novo estatuto partidário. A resolução de promover a “reunificação” com o PCdoB demonstrou, em curto espaço de tempo, ter sido uma proposta profundamente equivocada aprovada no congresso. A realidade e a história demonstraram que teria sido um erro terrível se ela tivesse sido posta em prática, pois na verdade o PCdoB, que se tornou um partido reformista, desejava apenas a incorporação dos/as militantes do PCB às suas fileiras, submetidos/as a uma linha política cada vez mais capitulacionista diante da burguesia e dois governos petistas.
Em março de 2005, em Belo Horizonte, o PCB realizou seu XIII Congresso e reforçou a compreensão de que a “revolução socialista é um processo histórico complexo”, isto é, que o “triunfo do Socialismo não é um fato que acontecerá de forma natural ou inexorável, como afirmam algumas leituras mecanicistas da obra de Marx, mas sim uma possibilidade histórica que deve ser construída”. Balizou ainda a necessidade de ruptura com a política governamental que o então Presidente Lula desenvolvia no país, sob uma orientação social-liberal e conciliadora com os interesses e perspectivas da classe dominante e do imperialismo.
Na sequência, em janeiro de 2006, o PCB rompia sua participação nos fóruns da CUT (Central Única dos Trabalhadores), por entender que esta entidade tornara-se um braço governamental e promotor da conciliação de classe junto aos trabalhadores. O Partido contribuiu para a construção da Intersindical – instrumento de organização e luta da classe trabalhadora – e propôs o debate sobre os desafios colocados para o movimento sindical de corte classista, na perspectiva da construção de uma nova e ampla entidade sindical, classista, democrática e independente, capaz de conduzir as lutas do proletariado, em especial da classe operária brasileira.
O PCB recuperou espaços e ampliou a sua presença na área internacional, tendo construído laços mais fortes e empreendido ações conjuntas com partidos e organizações comunistas e de esquerda de outros países. Exemplos foram as presenças de delegações nos Congressos dos PCs Português, Grego, Colombiano, Argentino, Turco e da Federação Russa; nos encontros dos Partidos Comunistas realizados em Lisboa e São Paulo; nas visitas e ações conjuntas, no Brasil e no exterior, com os PCs Peruano, Chileno, Venezuelano, Boliviano, Paraguaio, Mexicano e outros; nas ações conjuntas e na presença em Congressos das Juventudes Comunistas (pela ação da UJC); na presença em atos políticos em outros países, com destaque para aqueles realizados na Venezuela, no Peru, na Bolívia, no Paraguai e em Honduras; na presença nos Encontros do Movimento Humanista; nas reuniões bilaterais com os PCs; nas participações em manifestos conjuntos e consultas internacionais com outros PCs.
Link das Resoluções do 12º Congresso: https://drive.google.com/drive/folders/1cIe6QXpPN62jvpDVOGG0lerXfgkSyc2V?usp=drive_link
Link das Resoluções do 13º Congresso: https://drive.google.com/drive/folders/1QNWzej4jekRxqzt0ljmxSI0rMCeBXuXf?usp=drive_link