A QUESTÃO IRLANDESA EM MARX E ENGELS¹

APRESENTAÇÃO

Apresentamos nesta edição da Revista Novos Rumos, em nossa já conhecida seção Clássicos/Documentos, três excertos importantes da obra de Marx e de Engels sobre a questão irlandesa naqueles idos dos anos 1840, em meio à exploração capitalista avançada da Inglaterra, e as características das lutas de classes no período. Os dois excertos de Marx, a saber, “A questão irlandesa e a Internacional” e “A questão irlandesa e o proletariado”, foram extraídos da carta enviada por Marx a Ludwig Kugelmann, em 29 de novembro de 1869.

O terceiro e último excerto foi extraído de capítulo onde Engels trata do tema em A situação da classe trabalhadora na Inglaterra, escrito entre setembro de 1844 e março de 1845, e já conhecido em tradução no Brasil, desde alguns anos. Os dois excertos de Marx são conhecidos em tradução de Portugal, mas seguem em edição brasileira pela primeira vez.

A questão irlandesa foi um dos grandes problemas nacionais que absorveram a Marx e Engels durante os mesmos anos em que se luta pela unificação alemã. A Irlanda, “diferentemente de Gales e da Escócia, não dissolveu a sua fisionomia nacional, embora as epidemias de fome, as repressões levadas até o extermínio, emigrações, o despojo das terras” e, consequentemente, a implantação compulsória de colonos ingleses, “quase eliminaram o idioma nacional gaélico” e “misturaram os sangues até suprimir toda identidade racial”. Por isso, durante o século XIX cresce a resistência nacional irlandesa.

Nos textos selecionados, podem ser observadas pistas de como Marx e Engels passaram a entender o caso irlandês em toda sua dimensão, levando-os a retificar, com o passar do tempo –e com o amadurecimento das condições industriais na Inglaterra –seus prognósticos sobre a possibilidade do desenvolvimento da revolução proletária naquele país. Após sua viagem à Irlanda, em 1856, Engels escreve a Marx sobre algumas observações importantes, entre as quais, a constatação de que “a chamada liberdade dos cidadãos ingleses se funda na opressão das colônias”. Que os clássicos desta Seção nos ajudem a compreender melhor a situação contemporânea do capitalismo e das lutas de classes. Boa leitura.

TEXTO COMPLETO EM: https://drive.google.com/drive/folders/1EJJIPL6h2xcdsQGvI3spI86FvaV77b4J?usp=sharing

¹Seleção e organização dos textos: Angélica Lovatto (UNESP/Marília) e Paulo Barsotti (Professor aposentado da FGV-SP). Fonte dos originais em língua inglesa: Marxists Internet Archives, 2004. Direitos de reprodução e de tradução em língua portuguesa reservados por Editorial “Avante!”, Edições Progresso Lisboa/Moscovo, 1982.