Heitor César – membro do Comitê Central do PCB e diretor da Fundação Dinarco Reis
Em 24 de fevereiro de 2024 completam-se 25 anos da morte de Horácio Macedo, professor, pesquisador, cientista, militante político e ex reitor da maior universidade pública do país.
A trajetória de vida de Horácio Macedo se confunde com a luta por uma Universidade Popular, pela defesa da educação Pública, pelos direitos dos trabalhadores e pela construção de uma nova sociedade, justa e igualitária.
Horácio Macedo começou sua dedicação à construção de uma nova sociedade ainda na juventude, se integrando à campanha “O Petróleo é Nosso” e entrando no Partido Comunista Brasileiro. No governo Jango, em articulação com Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira, Horácio Macedo passou dois anos nos países socialistas do Leste Europeu em missão para selecionar material científico e didático de física e química para trazer ao Brasil, potencializando o estudo e a divulgação científica em nosso país. Mas, com o Golpe Militar de 1964, o projeto foi abandonado.
Autor de uma vasta obra acadêmica e científica, acreditava que a ciência e a educação deveriam servir à sociedade e, fundamentalmente, à classe trabalhadora. Acumulou prêmios, homenagens, tanto de alunos, como de trabalhadores da educação e de instituições cientificas.
Em 1985, tornou-se o primeiro reitor brasileiro eleito pela comunidade universitária na UFRJ, sendo indicado em primeiro turno pela maioria absoluta de professores, funcionários e alunos num processo que contava com mais de 15 concorrentes. Sua reitoria foi marcada por uma política de total incentivo à educação pública, ampliando a assistência estudantil, projetos de extensões, fomentando a democracia interna por meio de fóruns, consultas e reuniões com toda a comunidade acadêmica, lutando pela autonomia universitária e por maior investimento público na educação. Reeleito em nova consulta, foi impedido de tomar posse num segundo mandato.
Horácio Macedo foi também um dedicado militante comunista, atuando nas mais variadas lutas de nosso povo, tais como a campanha pela criação da Petrobrás, a luta por uma universidade popular, contra a ditadura militar, pela anistia dos perseguidos políticos, pela redemocratização do país, pela legalidade dos comunistas e demais partidos, por uma constituinte a serviço do povo brasileiro, contra as privatizações das estatais e diversas outras lutas e mobilizações.
Ainda nos anos 1990 foi uma figura central na reorganização dos comunistas brasileiros, enfrentando mais uma tentativa de acabar com o Partidão numa movimentação liquidacionista que buscava aproveitar a queda do socialismo no leste europeu para acabar com o PCB no Brasil. Horácio foi um dos principais articuladores do Movimento Nacional de Defesa do PCB. Com a reorganização do Partido, foi eleito para seu Comitê Central e indicado presidente nacional do PCB. Horácio militou no PCB desde a juventude e até sua morte, em 1999.
Horácio Macedo presente, hoje e sempre!