Marighella, divergências às claras em 1964

Publicado originalmente na Revista Novos Rumos, Vol. 50, No 2, Radicalizando a política: a crítica de Marighella às posições do PCB no imediato pós-64, do membro do Comitê Central do PCB Muniz Ferreira, examina o desenvolvimento das formulações teórico-politicas de Marighella entre 1965 e 1967.

“O ponto de partida do desenvolvimento de tais elaborações é a crítica dirigida à orientação política colocada em prática pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) nos meses que sucederam ao putsch militar de 1964. Tal interpelação política, exposta de forma minuciosa no livro Por que resisti à prisão (1965), evoluiria posteriormente para a contestação dos próprios fundamentos da estratégia política dos comunistas, em particular, sua admissão da possibilidade de um desenvolvimento pacífico da revolução brasileira. Em textos posteriores como A crise brasileira (1966), Carta à executiva (1966), Ecletismo e marxismo (1967) completa-se o processo de ruptura política de Marighella com o partido comunista e a sua adesão plena ao projeto da guerra de guerrilhas latino-americana, documentado também em suas “cartas de Havana” dirigidas ao Comitê Central do PCB (17/08/67) e a Fidel Castro (18/08/67)”, ressalta Muniz.

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